sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Apolo e Dafne" de Bernini

Esta é, talvez, de todas as esculturas que eu vi desde sempre a que mais me impressionou e apaixonou, pela sua beleza, detalhe e movimento. Sempre que vamos a Roma, vamos a Vila Borghese vê-la. É absolutamente prodigiosa.
Claro que estas fotografias não lhe fazem o mínimo de justiça, perde-se o pormenor, a escala e a sensação de movimento que temos quando rodamos à volta dela, mas dá para ter uma ideia.


Apolo e Dafne é uma das esculturas mais famosas de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), grande escultor do barroco italiano. A escultura encontra-se na Galleria Borghese, Roma, Itália.

Bernini sabia como transformar o mármore rígido em feições delicadas e em pura ação e movimento, trazendo ao observador toda a tragédia do momento e a experiência do ato. "Apolo e Dafne" é uma das esculturas que demonstra a habilidade do artista em inserir o observador na ação. O modo desesperado com o qual Dafne tenta fugir de um Apolo alucinado e como a cena é captada no exato momento em que a ninfa se transforma em um loureiro para ser protegida.

A lenda conta que Apolo, o mais belo deus do Olimpo, autoconfiante com seu arco de prata, irrita o Cupido com sua arrogância. Assim, o Cupido teria lançado duas flechas, uma de amor em Apolo e outra de chumbo na ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu, que afastava o amor.

Doente de amor, Apolo começou o assédio sobre Dafne, que recusando todos os pretendentes, não deixou de recusar o belo deus. Apolo então começou uma perseguição a Dafne, que corria desesperada pela floresta tentando evitá-lo. Ele estava cada vez mais próximo de seu objetivo quando Dafne suplica ao seu pai, ao vê-lo entre as árvores, que parasse com o sofrimento. Peneu então, vendo que Apolo já tocava os cabelos da filha, a enfeitiça. Dafne sente seu corpo adormecer, sua pele se transformando em casca, os cabelos em folhas, os braços enrijeceram e viraram galhos, os pés fincaram-se no chão virando raízes.


Transtornado, Apolo se agarra à árvore que fora seu grande amor e chora, dizendo que os ramos do loureiro sempre o acompanharão em sua coroa verde e vistosa, participando de seus triunfos eternamente.

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