sábado, 22 de maio de 2010

entranhas

Hoje de manhã, sabendo que o Jardim do Príncipe Real tinha sido reaberto depois de uma longa polémica sobre as intervenções efectuadas, eu e o R. não resistimos e fomos até lá espreitar.

O jardim está melhor, sem dúvida. Saiu o pavimento de alcatrão, os canteiros já não têm gradeamentos à volta, há novos bancos, novo parque para os miúdos, etc.

Andávamos nós às voltas e de repente demos com a entrada do Reservatório da Patriarcal, mesmo por baixo deste lago. Um sítio que há muito queríamos visitar, mas que nunca calhou.
Como era dia de inauguração, cheio vips, o segurança não nos queria deixar entrar, mas o R. com toda a sua arte, conseguiu falar com com uma engenheira responsável pela visita e acabámos por ser convidados a entrar. O R. é exímio neste tipo de coisas lol

Esta Praça/Jardim tem no subsolo um reservatório de água, o Reservatório da Patriarcal, construído para o abastecimento à chamada 7ª colina de Lisboa e envolvendo também a parte da baixa, o sítio do Loreto, a Praça Luís de Camões e a zona do Chiado.


A obra foi projectada pelo Engenheiro-Inspector francês conhecido pelo nome de Mary. lol


Hoje em dia, esta unidade do Museu da Água passou a dar apoio a eventos sócio-culturais, depois de ter sido reaberta como estrutura patrimonial.

Mas a grande novidade é que foi aberto o aqueduto do Loreto, um troço de 410 metros que estabelece a ligação entre o jardim França Borges e o miradouro de São Pedro de Alcântara.
Como fui apanhado de surpresa, não levei máquina fotográfica, por isso estas fotos são antigas e retiradas da net, mas foi este o troço restaurado.



A intervenção nas galerias do aqueduto consistiu na recuperação das paredes e, também, na retirada do interior das galerias das cablagens, entretanto desactivadas, e respectivas estruturas de suporte. Procedeu-se, ainda, à instalação de iluminação ao longo do percurso que passará, assim, a estar visitável a partir de hoje.



A cisterna principal pode ser visitada normalmente mas para fazer este percurso têm que ligar para o Museu da Água e fazer a marcação da visita.


Nós gostámos de fazer este percurso pelas entranhas de Lisboa. O restauro veio melhorar e dar visibilidade a um dos muitos pequenos segredos desta cidade que eu adoro.



Depois deste percurso, desembocámos no Jardim de S. Pedro de Alcântara, um dos melhores miradouros da cidade.

2 comentários:

  1. Incrivel e muito interessante... Não sabia que havia um aqueduto sob este parque -- que conheço muito bem porque passei neste jardim muitas horas a aguardar a hora de abertura dos bares da rua Saõ Marçal ;) Lembro-me também de uma árvore gigante com um poema sobre o destino da madeira... Ainda existe? Foi cortada ?

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  2. todas as árvores gigantes do jardim ainda existem, as magnólias, os pinheiros, e o cedro centenário que é a esse que penso que te estás a referir...quando se soube que iam mexer no jardim houve uma enorme contestação e a obra foi seguida de perto pelos ambientalistas e pelo gente do bairro. Quanto ao poema, não reparámos se estava lá, mas quando lá voltar vou investigar :)

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